quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Interrupção da gestação




Como podem imaginar, usei esse nome mais leve no titulo do post para evitar preconceitos ao procedimento.
A Interrupção da gravidez é um procedimento cirúrgico, invasivo e traumatizante. Cujo ás consequências podem deixar sérios problemas psicológicos e físicos.

A mulher que normalmente opta por interromper a gravidez está desesperada e procura as opções mais rápidas, baratas e de fácil acesso, o que na maioria das vezes acaba causando danos sérios para o psicológico e físico da mulher, ou até afetando em futuras gestações.

Como registrado pelo Instituto do Coração (InCor) e pela USP em pesquisa realizada em 2010, no período de 1995 á 2000 o SUS fez em média 32 milhões de cirurgia de curetagem pós-aborto (não especificando os espontâneos). Isso é reflexo de nossas leis, as quais só liberam o aborto em caso de estupro, quando não á chance de salvar a vida da gestante (Artigo 128 Código Penal) anencefalia e má formação fetal (sob decisão jurídica).

Será que a descriminalização e a legalização da interrupção da gravidez não diminuiriam drasticamente esses números? Penso que sim, pois como sabemos, os métodos alternativos são incrivelmente cruéis com as mulheres e com os fetos e se fosse implantado um modelo de cirurgia esse números reduziriam.

Não defendo o uso da interrupção da gravidez como método contraceptivo, como já citado esse tipo de procedimento é extremamente traumatizante, acho que a mulher que opta por tal decisão está plena e certa do que quer.  Se imagine nessa situação;

“Você é uma jovem estudante, com 15 ou 16 anos, com todas as oportunidades a sua frente, só que sua família não vive em boas condições financeiras, e em uma noite se descuida ou a preservativo falha e então você fica gravida.”

Se você tivesse o desejo de não ter essa criança, pelo Código Penal atual você não poderia interromper sua gravidez, seria obrigada a ver sua adolescência indo embora por um pequeno deslize em uma noite, sem contar que sua família não tem condições financeiras, e possivelmente essa criança não terá uma boa educação, boa alimentação ou conforto. Ela está jogada a sorte, sem muitas perspectivas. Então seria a interrupção uma saída para não ver o sofrimento futuro? Talvez um ato de misericórdia com o pobre feto.

Para ser feita esse método de interrupção, tem algumas limitação, como respeitar o tempo de viabilidade, não seria nada ético interromper uma gravidez de 8 meses, o feto já tem consciência de sua existência, tem certos sentimentos e já existe um forte vinculo ente mãe e filho. O que está em vigor em alguns países é a viabilidade de 20 a 22 semanas (de 4 a 5 meses) de gestação, aonde o feto ainda não tem nenhuma consciência de sua existência, ele é apenas um aglomerado de células com algumas reações fisiológicas.

Esse procedimento seria feito em clinicas especializadas seguindo os mesmo padrões para cirurgias. Como anestesia, assepsia do local, dimensões de corredores e tudo mais.

Como isso seria custoso, para as pessoas de baixa renda (como a menina descrita acima) não teriam recursos para o procedimento. Então acho que poderíamos criar umas exceções no sistema publico, com uma analise de renda para ver se essa pessoa tem condições para fazer o procedimento.

Você pode estar pensando; “tenha a criança e dê para a adoção”. Ai entramos no ponto de que a mulher tem poder sobre seu corpo, e se ela não quiser ter um filho ela tem esse direito (e não me venha com o papo de “é só ela não ter relações sem proteção”). Só que a mulher que optar por esse procedimento tem que ter certeza do que quer, e ter condições psicológicas para fazer tal coisa, insisto mais uma vez, não usar a interrupção como método contraceptivo já que é totalmente traumático para a mãe e poder oferecer alguns riscos a sua saúde e outras futuras gestações.


Alguns links para leitura complementar
Estadão
Veja
G1
E.U.A (sobre aborto)

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